O dia em que a nossa missão chega ao fim. Acorda-se a pensar que amanhã voltamos à nossa rotina, mas que estaremos a acordar perto das pessoas que nos deixaram saudades e uma onda de alegria invade-nos.
De manhã cedo, fomos ao centro comercial da zona onde estávamos instalados em Hervanta, para comprar as últimas lembranças da cidade e comprar prendas para levarmos, visto que no dia anterior estava tudo encerrado em Tampere. Tivemos tempo ainda para almoçar uma última vez na cantina da Universidade que durante toda a semana nos serviu bem e com muita qualidade. Vai deixar saudades os pratos finlandeses! Excepto pela pasta que fazia parte da ementa todos os dias. Mas compreensível a sua inclusão nas ementas diárias numa semana em que os serviços de alimentação da Universidade recebiam desportistas em prova.
Eram 12h30 quando abandonávamos o nosso quartel-general, através de um autocarro disponibilizado pela organização para nos levar ao aeroporto de Tampere, e sempre acompanhados pelas nossas guias. A viagem tornou-se um pouco nostálgica, pois estes dias passados, a cidade e as gentes iam deixar saudades. As guias também apresentavam uma expressão triste pois o momento da despedida aproximava-se, sabendo que seria talvez a última vez que nos viam.
À chegada ao aeroporto, uma tristeza possuía-nos ao ver a equipa de Valência a exibir no peito com orgulho as medalhas de ouro conquistadas na competição masculina. Seria um acto que todos nós queríamos certamente imitar. Mas não seria o único motivo para a tristeza… Era chegado o momento da despedida com a Emily e a Vivia – as guias que toda a semana fizeram parte desta equipa e viveram as alegrias e as tristezas desta comitiva. Certamente deixaremos saudades com as histórias vividas nestes dias, com as gargalhadas que proporcionámos, com as tentativas de as colocar a falar português e com a boa-disposição tipicamente portuguesa com que as brindámos. Mas elas também deixarão saudades, e certamente iremos lembrar as histórias vividas esta semana na companhia delas e a dedicação e paciência com que elas nos “aturaram”. A despedida foi feita de um modo que caracterizou o nosso grupo estes dias – num sentido abraço de família!
Ao chegar ao check-in tempo de mostrar os dotes teatrais da Sofia. Esta semana ela comprou uns bastões de caminhada e teríamos que arranjar forma de levar aquilo no avião! Simulou-se uma lesão na jogadora, onde foi dito que ela necessitava do par de instrumentos para o fortalecimento da postura nos próximos dias, podendo agravar a situação a não utilização dos bastões. Uma actriz convincente que até a mim me enganaria caso não soubesse do plano.
O avião chegou com algum atraso, e começava a invadir-me um sentimento de preocupação ao lembrar-me que poderíamos não chegar a tempo do nosso segundo percurso na escala a efectuar em Helsínquia. Finalmente chegou e lá nos dirigimos nós para a “avioneta”, sempre com um olho posto nas nossas bagagens, não fosse acontecer a “aventura das malas perdidas – parte II). Tanto ficámos a admirar o trabalho da entrada das bagagens pelos funcionários do aeroporto, que a hospedeira de bordo viu-se na necessidade de nos vir chamar cá fora. Vamos lá a ter calma! Afinal tínhamos uma jogadora com um passo lento na companhia dos seus bastões! (neste momento a Sofia continuava muito bem a sua performance…)
Ao entrar para o avião um último olhar para trás, sentido, ao vislumbrar uma última vez a paisagem desta região que nos acolheu nos últimos 10 dias. Uma viagem que se mostrou turbulenta, com autênticos picos de adrenalina a surgir constantemente com a condução agressiva com que a piloto nos brindou. Um percurso de apenas 40 minutos mas que parecia uma eternidade, com verdadeiros momentos de medo e apreensão, tal era o sobe e desce, as curvas, e os barulhos que se faziam ouvir no aparelho! Um sentimento de alívio como não sentíamos à muito foi sentido no momento da aterragem! Ufff…
Na escala em Helsínquia, junto à porta de embarque começávamos a sentir um pouco mais o nosso país com o encontro com portugueses e onde nos fundimos com a selecção de juniores de atletismo que vinham de um meeting internacional realizado na Estónia. Um verdadeiro contraste de indumentária azul celeste e indumentária verde e vermelho, num forte grupo desportivo. À entrada para o avião que nos traria a casa lá continuava a Sofia com os seus bastões, e a expressão de dor e o passo lento. Tens futuro na representação ;)
A viagem de regresso para Lisboa foi mais calma. Ainda bem, uma vez que a nossa coragem diária para enfrentar voos fortes já estava quase esgotada! Uma viagem que demorou sensivelmente 5 horas. Chegados a Lisboa, o sentimento de alegria e alívio por ver a nossa paisagem e sentir o seu aroma, intensificou-se no seio desta vossa comitiva. Ai Portugal, que saudades nos deixas quando te abandonamos uns dias! No tapete de recolha das bagagens a dúvida instalava-se: “Teriam as nossas malas chegado em segurança? Teriam ficado novamente retidas em Helsínquia?”. Mas heis-que ao início da rodagem, surgem as nossas adoradas malas! Foram das primeiras a surgir. Certamente estariam elas também com saudades de pisar território nacional.
Ao sair pela porta de saída, na zona de chegadas do aeroporto de Lisboa, não foi possível evitar o pensamento de como a nossa chegada poderia ter sido tão diferente… tão mais alegre. Mas honrosamente trouxemos uma medalha de prata para Portugal e contribuímos para o ranking universitário do país. Tínhamos ainda a ressaca da sensação de jogar uma final Europeia, e sentimos que ainda não é altura de baixar os braços. Porque o objectivo mantém-se e com a continuação da nossa dedicação e querer, iremos ainda ter a recepção que tanto desejamos!
Cá fora aguardámos apenas uns minutos pelo autocarro que nos levaria de volta à Covilhã. Ao chegar, constatámos que não seria novamente necessário pôr em prova os nossos dotes de Tetris para encaixar as malas – desta vez trouxeram um reboque!
A aventura da viagem tinha sido esgotante, e com a barriga a dar horas fomos directos ao McDonald’s! Afinal hoje já não era necessário seguir uma dieta desportiva. Mas não víamos a hora de encher a barriga com culinária tipicamente portuguesa! Iríamos matar saudades em poucas horas.
A viagem para a Covilhã foi feita então calma, tranquila. E como a troca de horários já se fazia sentir, foi passada a dormir. À chegada sentimo-nos tristes porque era o acordar para a despedida, para o fim da nossa missão, um sabor amargo por não termos trazido “o caneco”, de ter conquistado o sonho! E a despedida entre as meninas foi feita no nosso já tipíco abraço de família!
Mas agora esta época terminou, e na próxima vamos trabalhar ainda mais, com mais dedicação, com mais querer, mais garra, para ainda ser possível realizar o sonho de entregar na reitoria o seu 1º troféu Internacional na área desportiva!
Um forte abraço a todos!
Diogo Azevedo
2 comentários:
"Visitem o blog nos próximos dias para o vídeo editado da nossa missão, assim como a mensagem de encerramento" em 26/07/2011
Já passou mais de um mês desde a publicação...para quando o prometido vídeo e a mensagem de encerramento?
Saudações Desportivas
Infelizmente não me foi possível cumprir com o prometido por 2 razões: 1. Não ter todas as imagens video recolhidas durante a missão; 2. Ausência para férias de alguns possíveis entrevistados, que queria fazer referência na mensagem de encerramento.
De qualquer forma lamento o sucedido, mas com o convite para visualizar o àlbum de fotos da missão, dentro de alguns dias no facebook dos SASUBI.
Saudações!
Diogo Azevedo
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